Festividades Celtas


A RODA DO ANO CELTA
O tempo para os pagãos( povo dos bosques) era um tempo diferente do actual. O tempo, para eles, era circular, ou cíclico.
Para os celtas, quando os raios de sol diminuem de intensidade, ao cair da tarde, é o momento de nos preparar-mos para mais um dia. Celebram assim, o começo dos dias através do anoitecer. O anoitecer faz lembrar faz lembrar a Deusa com a sua magia, os seus mistérios, reinará através da lua, emoções e intuições mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e descansam, as sacerdotisas começam a semear do novo dia.
Este acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer, fazem do dia e da noite uma intensa comunhão entre masculino e feminino, e é preciso que estas duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a natureza se possa manter equilibrada.

IMBOLC – 1 DE FEVEREIRO – NOITE DE BRIGITE OU FESTA DO FOGO
IMBOLC quer dizer dentro do útero. O inverno ainda não foi embora, mas por baixo da terra a vida floresce e ganha força. Nada acontece aos nossos olhos mas já tudo vai pulsando, esperando para vir á tona. Celebra-se o nascimento dos cordeiros e outros animais domésticos.
É também chamado o FESTIVAL DAS LUZES em que se acendem velas por toda a casa, junto ás janelas para anunciar a vinda do sol e mostrar ao menino Deus o seu caminho.
É hora de pedir-mos protecção para os jovens. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, laranjas ou vermelhas.

EQUINÓCIO DA PRIMAVERA – 21 DE MARÇO – OSTARA – FESTA DA FERTILIDADE
O dia e a noite são iguais. É uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias são escuros e a terra está pronta para ser plantada.
É quando o Deus e a Deusa se apaixonam e nesta data a semente da vida é semeada no ventre da Deusa.
OSTARA – é uma homenagem á Deusa OSTER – senhora da fertilidade – cujo símbolo é o coelho.
É deste festival que teve origem a festa cristã – a Páscoa e o coelho da Páscoa como símbolo.

BELTANE – A FOGUEIRA DE BELENOS – CASAMENTO DO DEUS E DA DEUSA – 1º DE MAIO
Diz-se ( be-all-twin ) é o festival do casamento entre o Deus e a Deusa. A rainha de Maio, a virgem.
Era uma data de cunho profundamente sensual. Por isso a religião católica destruiu este culto catalogando-o de bruxaria.
Os camponeses iam para os bosques de carvalhos á noite e acendiam enormes fogueiras para a Deusa, que a religião católica transformou no mês da Virgem Maria.
O ritual era consagrado á Deusa para que esta trouxesse boas colheitas através da fertilidade da terra.

MIDSUMMER – SOLISTICIO DE VERÃO – 21 DE JUNHO
Nesse dia o sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. É hora de pedirmos coragem, energia e saúde, mas não devemos esquecer, que embora o Deus esteja em plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar.
Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do poder.
Tudo no universo é cíclico. Poderemos estar na plenitude, mas também saber aceitar o declínio e a morte.
Nesta data o Deus, chega ao ponto máximo do seu poder. É uma data com grande poder de magia.
O Deus dará o último beijo á sua amada e partirá.

LUGHNASADH OU LAMAS – FESTA DAS COLHEITAS – 1º DE AGOSTO
Era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela 1ª colheita do ano. LUGH é o Deus Sol.
Nesta data deve-se agradecer tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução.
Outro nome desta festa era LAMAS que significava massa de LUGH. Isso deve-se ao costume de se colherem os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido por todos consagrando-o e repartido dentro do círculo.
Este é o primeiro Sabbat das colheitas.Honramos o Deus LUGH e agradecemos a sua energia dispensada sobre as colheitas.

MABON – AUTUMN – 21 DE STEMBRO
Este é o segundo dos festivais das colheitas. A fraqueza do Deus já se faz sentir e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os estoques se enchem. Derrama-se leite sobre a terra para agradecer a fertilidade e a bondade da terra.
É altura de nos fecharmos e voltarmos os nossos corações para o nosso interior.
Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e protecção para as pessoas que amamos.
O Deus está agonizando e logo morrerá. Este é o festival em que deveremos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam da nossa ajuda e conforto.
O altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na Primavera.

SAMHAIN – 31 DE OUTUBRO – diz–se SOUEN
Este é o mais importante de todos os festivais, pois dentro do círculo, marca tanto o fim, quanto o inicio de um ano novo.
Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos torna-se mais fino, sendo este o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. É o momento de honrar-mos as pessoas que amámos, deixando que nos visitem.
Nossos últimos alimentos são colhidos após o equinócio de Outono, marcando o inicio dos meses em que vivemos com o que conseguimos guardar. É o festival da morte e alegria pela certeza do renascimento.É pois uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período das nossas vidas. A cor desta festa é o negro e o altar é enfeitado com maçãs – que para os celtas era o símbolo da vida eterna.
A roda continua a girar para sempre, assim não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nesta vida, irão renascer e um dia, encontrá-los-emos novamente na jornada infinita da evolução.

YULE – SOLISTICIO DE INVERNO – 21 DE DEZEMBRO
É desta data antiga que teve origem o natal da religião cristã.
Nesta época, a Deusa DÁ Á LUZ o que para os Celtas era a CRIANÇA PROMETIDA.
Em YULE é tempo de reencontrar-mos as nossas esperanças, pedindo aos Deuses que rejuvenescessem os nossos corações e nos dêem forças para nos libertar-mos das coisas antigas e desgastadas.
É hora de descobrir-mos uma nova criança ( luz ) dentro de nós e renascermos com a sua pureza e alegria.
É bom colocarmos flores e frutos da época no altar e enfeitar uma árvore (que deu origem á nossa tradição da árvore de natal), pois para OS CELTAS as árvores eram sagradas, e os meses do ano tinham nomes de árvore.
Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é festejada como sendo a mãe da criança prometida ou o Deus Sol que nasce para trazer luz ao mundo. E personifica também a nossa nova luz que podemos fazer nascer dentro de cada um de nós nesta época.

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